quarta-feira, 27 de julho de 2011

"Mulheres são de Vênus"


Vivem me perguntando por que as mulheres são tão complicadas. Eu sou obrigada a concordar que sim, nós somos complicadas. Não sei se são todas assim, mas as mulheres costumam ser menos objetivas que os homens.

Comecei a questionar minhas atitudes sem motivo durante o dia e me dei conta que muita das coisas que faço não tem nenhuma explicação. Por exemplo, percebi que tenho o péssimo hábito de querer que os outros adivinhem o que me chateia. Fico parecendo uma criança embirrada, que fecha a cara e cruza os braços até o pobre coitado do namorado se desdobrar em 1000 e descobrir por tentativa e erro do que se trata.

Percebi que também tenho mania de enfiar defeitos onde não têm. Pois é, quando tudo está maravilhoso, minha cabecinha simula sozinha uma situação em que eu possa tirar proveito para tornar tudo uma merda ambulante. Por quê? Só Deus (e meus hormônios) sabem.

Como eu já disse, além de todas as minhas manias, eu também sou chorona. Então imaginem só: eu crio o problema, eu dramatizo o problema e depois eu choro (ou de culpa ou de raiva) por conta de uma situação que eu inventei.

Sinceridade? Eu tenho um pouco de pena dos homens às vezes. Nós, mulheres, podemos ser ótimas, decididas e corajosas, mas também podemos ser absurdamente voláteis e escorregadias. E então eu me pergunto: por que o sexo feminino tem essa mania constante de se auto boicotar? Por que nós começamos a dieta na segunda e vamos almoçar fora na terça? Por que nós terminamos com aquele cara gente boa e atencioso para ficar com aquele que pisa na gente, só porque “gostamos dele de verdade”? E por que gostamos logo dele de verdade? Por que temos mania de fazer com que as roupas caibam na gente e não a gente nas roupas?

Cabeça de mulher é um labirinto. Entre nós podemos ser altamente fiéis e cúmplices como também podemos ser altamente competitivas e traiçoeiras. Com os homens temos, muitas vezes, o péssimo hábito de tentar parecer melhor do que somos. Gostamos de ouvir as experiências das outras e os conselhos, mas nunca levamos ambos em conta quando temos de tomar a decisão. E sem esquecer do seguinte detalhe: nunca seguimos nossos próprios conselhos.

Por milhares de vezes eu me calo para ouvir meus pensamentos e muitas dessas vezes eu me sinto ainda mais confusa. No final, eu sempre dou uma risada e peço desculpas para alguém. E além disso, sempre acho graça na intensidade que nosso corpo responde a mundo, e lamento por aquelas que nunca passaram ou passarão por tudo que eu passo e já passei.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ultrapassada

Depois de longo e considerável tempo distante, resolvi retornar. Senti imensas saudades das palavras escritas com zelo e dos dedos correndo no teclado enquanto uma nova história é contada. Venho agora com planos diferentes. Deixarei aqui não só meus textos cuidadosamente escritos como também pequenas peças do meu dia-a-dia. A intenção é que tudo fique com mais cara de um diário pessoal.
Inicio esse processo hoje declarando que, por mais piegas que pareça, descobri que a felicidade reside nos meus olhos e no meu coração com tamanha intensidade que eu achei que não seria possível eu me sentir assim.
Ok, ok... pode me chamar de "mulherzinha". Pois é isso mesmo que sou: uma "mulherzinha"! Eu sou chorona e me emociono com as mais simples palavras de afeto. Um momento comum que me chame a atenção pela sua sinceridade me arranca lágrimas tão facilmente como de uma criança que acaba de ralar o joelho no chão de cimento da escola. Essa sou eu: emotiva, apaixonada, sensível e complicada.
Que graça tem as mulheres comuns? As que não sentem ciúmes, inveja, medo, insegurança? Na verdade, essas que não sentem isso são as incomuns, não as comuns. É isso aí. Podem me chamar do que quiserem, mas as mulheres de hoje têm se esquecido de ser só mulheres. Sejam só mulheres, nem que seja escondido, já que hoje o chique é ser independente, insensível e totalmente seguras.
Porém, não vou me delongar nessas questões, mesmo que eu ainda tenha muito o que dizer, já que os radicais desse nosso momento de "revolução dos valores" poderiam me levar a mal. Sabe como é, como amante e cúmplice da História que sou, eu adoro revoluções, e quebrar paradigmas, e mudar o mundo! Mas no fundo, às vezes um pouco conservadorismo faz bem.
Em nome disso eu estou aqui, admitindo que meu maior sonho é me casar. Não quero ter filhos, isso não. Mas quero meu casamento perfeito. Quero me casar de branco com um vestido de princesa. Não abro mão. E também não me importo que tudo isso pareça ultrapassado, afinal, ser ultrapassado hoje é que é ser arrojado, certo? Eu ainda quero ganhar rosas e chocolates, eu ainda quero namorar na roda gigante e cozinhar para o meu namorado... e ainda bem que eu tenho tudo isso, pois a minha felicidade tem estado aí.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Alienígena


O tempo tem corrido de mim, por isso não tenho passado muito por aqui. Mas vim em missão de paz e em busca de sossego.

Minha atual localização me provoca desconforto. Não se trata do ônibus sardinha que eu pego dia após dia. Trata-se de pessoas.

Sinto-me um peixe fora d’água. As pessoas são ótimas, majoritariamente, mas não são as minhas pessoas. Eu as quero todos os dias, a todo o momento. Principalmente às segundas-feiras. Mudanças exigem adaptação, e essas muitas vezes exigem tempo. Não sei não. A teoria me empolga, mas o social... bem, talvez seja medo. Ou saudade. É, saudade. E medo também. De perder as minhas pessoas. Gostaria de pedir que elas não fossem embora. Eu quero pessoas novas, mas algo está errado aqui e, infelizmente, eu não sei o que é.

O tempo terá que correr ainda mais...

quinta-feira, 3 de março de 2011

Bagagem


Acabaram os tempos de colégio. Os tempos agora são outros, a vida universitária me espera. Depois de um ano de surto, consegui alcançar meu objetivo. Foi e ainda é uma felicidade imensa. Algo que toma conta da gente, como se cada uma de nossas células gritassem o quanto aquela vitória é pessoal e única.
Sei que tudo mudará. Até o momento não sinto falta da escola e das pessoas, afinal, aqueles que realmente gosto permanecem comigo. Aqueles que não permanecem, não merecem minhas saudades e minha amizade.
Parto para essa nova etapa levando comigo amigos. Não colegas ou companheiros de farra. Amigos. Por isso não há medo de perder contato, não há medo de lamentar a falta de alguém. Meus amigos estarão comigo, afinal, os amigos do tempo de colégio estão sempre entre os melhores amigos de toda a vida.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um breve adeus


Os últimos meses foram loucos. Loucos de forma ambígua, devo admitir. O cansaço se misturou a tristeza de despedir-se de quem não veremos nunca mais. Misturaram-se também as alegrias das últimas músicas e dos últimos brindes juntos. E depois, um novo começo que logo teria fim. Os resultados tão aguardados, o descanso tão desejado... chegaram, todos eles.
O sentimento, assim como toda a loucura e agilidade, é também ambíguo, intenso. Um frio na barriga é impossível de ser evitado, mesmo que haja imenso fervor pela descoberta do que ainda vem por aí. Nós perdemos uma família. Daquelas em que há, inevitavelmente, os mandões, brincalhões, espertos, traidores, sorridentes, amigáveis. Daquelas em que há os parentes distantes, com os quais os assuntos travam ou rendem absurdamente quando decidem acontecer. Há também brigas, puxões de cabelo e insultos. Família é família, certo?
E é assim que me sinto. Enfrento agora caras novas, casa nova. A partir disso, não se formará uma família com a que eu acabei de deixar para trás, mas se formarão amizades e conhecimentos. E destes nascerá um futuro.

domingo, 23 de janeiro de 2011

I'll be back


De volta em 25/01/11.
Permanentemente online em http://cubomagico-c.tumblr.com/

sábado, 13 de novembro de 2010

Loja de departamentos

Estávamos no shopping. Em uma daquelas lojas de departamento, para ser mais exata. Esperávamos minha mãe terminar de fazer compras assentados na seção de sapatos. Eu com um mau humor típico de TPM e ele com tanto sono que me lembrava o Soneca.
Estávamos ali e só. Juntinhos, abraçadinhos. Ele com o nariz na minha nuca sugando todo o perfume que ali existia enquanto eu, com uma cara de bunda sem motivo, passava as unhas devagar no braço esquerdo dele. Na minha cabeça havia um vazio, na dele provavelmente não havia nada, pois devia estar quase cochilando.
Ele me contou uma versão de “Três porquinhos” que me fez rir. Contou uma versão pornô de “Chapeuzinho vermelho”. Me abraçou forte e disse que queria ficar juntinho. Disse que queria ficar juntinho para sempre. Disse que até a mãe dele acreditava que havia chances de que nosso casamento do qual ele tanto fala aconteceria. Disse que me amava.
Ele não via o meu rosto quando disse essas coisas pela posição em que nos encontrávamos. Mas eu acho que, pelo meu silêncio e por saber o quão bobona eu sou, ele percebeu que meus olhos estavam cheios de lágrimas.
Sim, eu fiquei tomada por aquelas coisas bobas que ele vive dizendo, mas que por motivo nenhum me deixaram com um buraco no peito, como daquelas vezes em que a emoção é tanta que você perde a fala. E ficamos ali, eu segurando o choro sem-sentido e ele rindo da minha cara. Ele me abraçando e eu escondendo o rosto.
Depois olhei para ele e ganhei fala para dizer que eu o amava. Ele me chamou de ridícula e perguntou por que eu tinha chorado. Aí eu percebi que era porque tudo que eu sonhava, tudo que eu queria e que duvidava que aconteceria, estava ali comigo. E não estava só naqueles dez minutos, mas tem estado por mais de seis meses. E o buraco era a minha agonia por ver que talvez eu perdi a razão de ter medo.
Eu repeti que o amava. Repeti meio apreensiva, mas sem medo. Naquela hora eu esqueci que tem muita coisa por aí que é mentira. Aquela hora passou a ser o que eu pretendo levar comigo toda vez que eu duvidar de alguém, mesmo sabendo que eu posso estar errada.
Como sempre, ele nunca permite que nossos momentos amáveis terminem amáveis. Seu comentário excessivamente masculino me fez rir e nós começamos a falar dos casos antigos dele. Nós disputamos o iogurte, fizemos bagunça, fizemos drama e nos despedimos.
Eu não sei se chorei pela TPM, mas sei que foi a primeira vez na vida que chorei por alguém sendo o motivo algo bom. Foi a primeira vez que chorei por ele sendo o motivo algo bom.